FILMES :: FIGURINO OSCAR 2016

Oscar 2016 se aproximando e, como sou uma aficionada por filmes, fico querendo ver todos os indicados antes da grande premiação, que acontece em 28 de fevereiro. Na categoria de melhor figurino, são cinco indicados neste ano: A Garota Dinamarquesa, Carol, Mad Max, Cinderela e O Regresso.

Da lista de indicados, vou falar aqui sobre A Garota Dinamarquesa (The Danish Girl) que revive a década de 20 adaptando uma história real, e Carol, que se passa nos anos 50.

A Garota Dinamarquesa
Inspirado na vida de duas pintoras dinamarquesas, Gerda Wegener e Lili Elbe/Einar Wegener, o filme se passa de 1926 a 1931 em Copenhague e Paris, e conta a história da primeira transexual a realizar a cirurgia de mudança de sexo. Lili, interpretado pelo ótimo Eddie Redmayne (torcendo por ele para melhor ator) se vê confusa e luta para assumir sua verdadeira identidade feminina.

Nessa transição de identidade a roupa teve papel fundamental, como homem, Einar usava ternos de cortes impecáveis, casacos pesados, gravatas, já como Lili, muitos vestidos recatados, em comprimento midi, tecidos fluidos e corte reto, além de complementos como lenços, chapéus e bolsas, bem feminino.


Carol
Emocionante história de amor entre duas mulheres, Carol (Cate Blanchett, maravilhosa!) e Therese (Rooney Mara), ambientado  dos anos 50, inverno de Nova York, em uma época onde o homossexualismo não era bem aceito. O figurino é impecável e muito sofisticado, com todo aquele glamour da época: muitos casacos de pele e alfaiataria. Destaque para a padronagem xadrez vista em várias cenas e os acessórios como lenços, luvas de couro, broches e óculos "gatinho".

Brooklyn

O filme Brooklyn não está concorrendo a melhor figurino, uma pena, porque o figurino dos anos 50 é uma graça com vestidinhos de cintura marcada, saias midi e rodadas, acessórios como luvas e chapéu que dá uma vontade de sair por ai assim bem vintage. Mas, a atriz Saoirse Ronan (que era uma menina em "Desejo e Reparação") concorre a melhor atriz. No filme, ela vive Eilis, uma jovem irlandesa que decide ir morar sozinha em Nova York com a vontade de conseguir um bom trabalho e construir sua vida do outro lado do Atlântico. Longe da mãe e da irmã que ficaram na Irlanda, ela consegue um emprego em uma loja de departamento e logo se vê apaixonada por um gentil italiano. Um filme fofo que merece ser visto!


RIACHUELO, KARL LAGERFELD E A COSTUREIRA DE NATAL

Enquanto a mídia especializada e todos os blogs anunciam a tãããão aguardada parceria internacional do estilista Karl Lagerfeld para Riachuelo, em abril, com peças, um tanto quanto, questionáveis (para meu humilde gosto), um caso sério acontece nos bastidores, lá pelos lados do Rio Grande do Norte, em Natal.

A Riachuelo (Grupo Guararapes), essa mesma, o gigante do fast fashion nacional, foi acusada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) a pagar R$10mil e pensão mensal a uma pobre costureira que teve sua capacidade de trabalho diminuída devido à jornada exaustiva exigida pela empresa, como noticiado pelo Estadão hoje. Cadê a mídia especializada e os "digital influencers" para noticiar e divulgar isso?

Como pode uma empresa que recebe milhões pagar um salário de miséria de R$550,00 a um ser humano trabalhador "pressionado a produzir cerca de mil peças de bainha por jornada, colocar elástico em 500 calças ou 300 bolsos por hora, tarefa que exigia a repetição contínua de movimentos e altos níveis de produção’, como relatado pela própria costureira?

Resolvi sentar aqui e compartilhar com você esse caso. Vale repensar as marcas que queremos em nossa vida. Aquelas que exploram as costureiras em função de metas inaceitáveis, as que utilizam trabalho escravo (alguém lembra do caso Renner e os bolivianos?), as que testam seus produtos em animais ou que utilizam pele na composição de seus tecidos (um post ótimo da amiga Ana aqui pra vocês!).

E você, ainda aguardando ansiosa pela coleção lyyyynda Karl Lagerfeld para Riachuelo? Boa sorte!

AH... OS ANOS 20 :: LIGAÇÕES PERIGOSAS

Estreou ontem a minissérie "Ligações Perigosas" na Globo, e você já deve saber que é um romance clássico francês e que já foi adaptado várias vezes para o cinema e para o teatro, etc. A história se passa nos anos 20 e eu fiquei babando mesmo pelo figurino da Marília Carneiro. Com toda aquela elegância e glamour da época moderna.

A década de 20 é uma das minhas preferidas (e os anos 80, claro!). São os anos mais inspiradores na arte, na literatura e na moda, da Paris da "era do jazz", de Coco Chanel, das óperas, dos teatros e das melindrosas e seus cabelos curtos a la garçonne. Os anos 20 também são marcados pelo estilo art-déco com suas linhas retas e geométricas e daí também vem a inspiração da silhueta reta, elegante, fluida.

Na minissérie, Patrícia Pillar (Isabel D'Ávila de Alencar) estava lindíssima e como é talentosa! O que foi aquele vestido branco, com estola de pele e acessório com pena na cabeça a la Jean Harlow? Espere ver muitos colares e acessórios de cabeça (amo!). Já a personagem da Marjorie (Mariana) tem um figurino mais simples, com vestidinhos leves e recatados com seus chapéus cloche, típico da época, e luvinhas. A menina Alice Wegmann, que interpreta Cecília, apareceu toda romântica com vestidinho bege fluido, e seu figurino deve ser assim, em tom pastel.
Coco Chanel, versão Patricia Pillar

Fotos: reprodução internet



                  

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