RIACHUELO, KARL LAGERFELD E A COSTUREIRA DE NATAL

Enquanto a mídia especializada e todos os blogs anunciam a tãããão aguardada parceria internacional do estilista Karl Lagerfeld para Riachuelo, em abril, com peças, um tanto quanto, questionáveis (para meu humilde gosto), um caso sério acontece nos bastidores, lá pelos lados do Rio Grande do Norte, em Natal.

A Riachuelo (Grupo Guararapes), essa mesma, o gigante do fast fashion nacional, foi acusada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) a pagar R$10mil e pensão mensal a uma pobre costureira que teve sua capacidade de trabalho diminuída devido à jornada exaustiva exigida pela empresa, como noticiado pelo Estadão hoje. Cadê a mídia especializada e os "digital influencers" para noticiar e divulgar isso?

Como pode uma empresa que recebe milhões pagar um salário de miséria de R$550,00 a um ser humano trabalhador "pressionado a produzir cerca de mil peças de bainha por jornada, colocar elástico em 500 calças ou 300 bolsos por hora, tarefa que exigia a repetição contínua de movimentos e altos níveis de produção’, como relatado pela própria costureira?

Resolvi sentar aqui e compartilhar com você esse caso. Vale repensar as marcas que queremos em nossa vida. Aquelas que exploram as costureiras em função de metas inaceitáveis, as que utilizam trabalho escravo (alguém lembra do caso Renner e os bolivianos?), as que testam seus produtos em animais ou que utilizam pele na composição de seus tecidos (um post ótimo da amiga Ana aqui pra vocês!).

E você, ainda aguardando ansiosa pela coleção lyyyynda Karl Lagerfeld para Riachuelo? Boa sorte!


                  

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